sábado, 30 de agosto de 2008

O que é Excelência?

Cirque Du Soleil

Há alguns anos atrás não havia televisão e uma das formas de diversão popular era o circo.
Quem de nós, mais velhos, já não foi várias vezes a um circo?
Com o advento da televisão o negócio de circo perdeu importância e mesmo aqueles grandes e tradicionais circos internacionais não suportaram a crise e desapareceram.
Numa situação como esta quem investiria em circo? Recentemente alguém acreditou que, se fizesse algo excelente e extraordinário, o negócio poderia voltar a ser bom. Foi então montado o Cirque du Soleil.
Quem já viu, mesmo que partes das apresentações, ficou admirado. Tudo é perfeito: a apresentação, o figurino, a coreografia, a iluminação, a expressão facial dos figurantes, etc.
Quando se quer fazer algo excelente não existe meio-termo: ou é tudo ou não é nada.
Se quisermos fazer algo admirável temos que ser impiedosos e não deixar espaço para aquilo que é feito de forma imperfeita, desleixada ou preguiçosa. Mas o que é a excelência?
Creio que é a transformação daquilo que se está fazendo numa obra de arte. Ninguém mais queria ir a um circo.
No entanto ao Cirque du Soleil todos querem ir porque ali temos uma obra de arte ao vivo (em São Paulo mais de 100.000 pessoas assistiram e em Buenos Aires deu até confusão na venda de ingressos de 100 dólares!!!).
Podemos transformar numa obra de arte tudo aquilo em que colocamos a mão, vai depender de nossa atitude e de nossa vontade de sentir aquela imensa alegria íntima de chegar ao final da obra e exclamar: VALEU!
Infelizmente a maioria de nós executa as suas tarefas diárias “para se ver livre delas” e o resultado nunca será excelente. Não tem jeito!
Para fazer a excelência é necessário amar o que se faz e ter como agenda única sentir o prazer de ver a obra acabada e constatar a admiração de seus semelhantes.
O resto, que por vezes pode parecer mais importante, virá como conseqüência.
A excelência é, usando a expressão máxima do dramaturgo Nelson Rodrigues, de um óbvio ululante.
É isto mesmo, geralmente o óbvio grita, uiva, produzindo um som plangente e nós não o ouvimos!

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